domingo, 6 de dezembro de 2009

Analógico





Esta é a primeira fotografia em que apareço vestida de noiva aos 16 anos. Enganem-se. Este vestido é da minha mãe e usei-o num projecto de fotografia em conjunto com mais dois colegas de escola. Talvez depois o mostre.
Não me lembro bem de quem a tirou, se a Cláudia ou o Agostinho, mas a revelação foi feita por mim. Deve ter sido o ego da altura!
Fotografamos no velhinho e pequeno estúdio fotográfico na ala artes gráficas de antiga soares dos reis. Não me lembro também qual era a câmara fotográfica... nem a sensibilidade do filme... nem da velocidade do obturador... esses pormenores de facto não lembro e também não sei onde param os cadernos de registos da altura visto que andamos em mudanças! Lembro-me sim de ter ficado triste por a professora Catarina Mendes não me ter deixado adicionar a fotografia ao monte das escolhidas por esta revelação ter ficado mal feita. Conseguem ver a mancha no canto superior direito? e a linha horizontal ao longo na parte debaixo da fotografia? Pois é, quando se começa nem sempre corre bem mas o processo e toda a sua mística são incortornáveis na minha memória.
Depois do filme revelado nos pequenos tanques cilíndricos (que eu nunca conseguia abrir nem fechar!) e de seco, era posto no ampliador. Durante uns segundos era então exposta sobre papel fotográfico a imagem escolhida e aí o processo era sempre o mesmo. Revelador, interruptor, fixador, água. Tudo isto com três pessoas dentro da cabine acompanhados da inesquecível luz vermelha e da música vinda da cabine ao lado, que o André Rocha, hoje fotógrafo, fornecia! A secagem era feita num forno próprio, acho que o forno era a única coisa inovadora que tínhamos na altura.
Foram tardes bem passadas, tardes daquelas que nem todos tiveram o privilegio de as ter.
Hoje a nova tecnologia e as facilidades que elas nos trazem só são bem aproveitadas e compreendidas por aqueles que conhecem a essência de cada ponto do seu próprio conhecimento.
Não preciso de pesquisar nem preparar postagens para aqui apresentar. Apenas falo do que sou, vejo, sinto e sei. Deixo para os outros, tudo o resto.


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